Mas olha só como ficou o salão
Pura emoção tapou de prenda bonita
É nessa hora que a bailanta se agiganta
Na bela estampa com seu vestido de chita
Qual o gaúcho que não gosta de vanera
À sua maneira, mesclado à ruge e batom
É o toque doce de um xixo véio e tenteado
Que vem montado prá perfumá um coração.
(Tem que ter um bem-me-quer, ai
Tem que ter, tem que ter
Tem que ter um bem-me-quer
Também tem que ter.)
Bamo que bamo nessa vanera baguala
Lustrando a sala com a tradição cadenciada
Abrindo assim a porta da felicidade
Pra que a saudade não bata de madrugada
Está provado o valor de uma beleza
Da singeleza da ternura da mulher
De nada adianta ter um farrancho largado
Se ao seu lado não tiver um bem me quer.
(Tem que ter um bem-me-quer, ai
Tem que ter, tem que ter
Tem que ter um bem-me-quer
Também tem que ter.)
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.