Pra tocar e cantar um bugio
Com o mestre do bando estudei
Me falou como chefe de fato
Foi aqui no mato que eu mesmo inventei
E num gesto pegou na cordeona
E se foi meio de corpo mole
E me falou que bugio e não tem porta
O que importa é o jogo de fole
E o mestre seguiu me ensinado
Melodia, balanço e compasso
E por isso talvez é que hoje
Pouco conseguem fazer como eu faço
Pra dançar um bugio não me acanho
E me arrebanho já de corpo mole
Se o gaiteiro for bom, não importa,
O que importa é o jogo de fole.
Pra toca um bugio é um capricho
Por que o bicho não gosta de falhas
Pra dançar um bugio eu me engancho
Pois carrancho não dorme nas palhas.
Quem quiser competir com o bugio
Vem pra beira do rio e se esfole
Pro bugio o salão não tem porta
E o que importa é o jogo de fole
Tem gaiteiro tocando a cordeona
Que emociona o chefe do bando
E por isso que o ritmo alegre
Se tem quem opera vai se projetando
Só assim o bugio não recua,
Senta a pua no jeito que der;
E esse ritmo há de ficar
Popular mais do que outro qualquer.
Já contei do bugio toda a manha
Passe a canha pra o ultimo gole
Do bugio que não conhece porta
Só me importa é o jogo de fole
Vai bugio não importa pra donde,
Não te esconde segue transmitindo
Que no ritmo alegre que expande
É o rio grande do sul que vai indo.
Guariba, primata sul-americano.
Espora sem roseta.