O bailão do maragato
Era um retoço sem freio
Onde o chinaredo xucro
Matreriava com os arreios
A indiada boleava a anca
Gritando forma p'ras "loca"
Que se "guasqueavam" de lombo
Sentindo um ferro na boca.
Vinha gente da "reiuna"
Do "suspiro" e do "womboque"
Do "tiarajú" e "vila gomes"
Chegava gente de "estoque"
Se mesclavam aos da cidade
Os que chegava da campanha
Pra dá um "tirão" na bailanta
"corre" china e bebe canha.
"dom adio" chuliava o tranco
Das pinguanchas do arrabalde
Que nem "tortuga de poço"
Esperando o golpe do balde
Negro quebra o caborteiro
Não nasceu pregado ao chão
Galopeava numa tropilha
De "coiceiros no facão".
Este baile "macharrão"
Começava quarta-feira
E se dessem boca pra o povo
Dançavam a semana inteira
Volta e meia se estranhavam
E "lenha" vinha por cima
Peleavam e guardavam as armas
E seguiam na mesma rima.
O chinaredo encruado
Se alçava de rédea solta
E as loca pedindo boca
Se faziam de revolta
Faltava cancha prás "véia"
Que atropelavam o vivente
Com a estampa sobrando couro
E as "carretia" sem dente.
Este buchincho era o chão
Dos que não morrem de raio
Onde o rural e o "povoeiro"
Dançavam e "jogavam o táio"
Encontro do peão de estância
C'alguma "changa" atrevida
Do olhar de gato "paieiro"
Peito e anca repartida.
bordel; onde fica o chinaredo
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Tem dois sentidos: impulso brusco ou negócio fraudulento de alarife.
bordel; onde fica o chinaredo
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.