Martin Coplas / João Batista Marçal / Carlos Cabral
Andante de pago em pago
Vai retalhando a querência
Amordaçando distâncias
Entreverado a céu
Cochilha e solidão
Alambrador tem sina de quero-quero
Ronda o pampa, engole lonjuras
Seu sangue fica tinindo, espichado
Na taipa dos alambrados
Alambrador o canto do vento
Canta teu canto
Nas cordas da viola e do alambrado
Restos de esperanças
No ventre da terra virgem.
Do pampa uma profissão
É vida, é soldo, é caminho
De a cabresto a chave, um borlantim
Um jogo de vida e morte
No sulco rude das mãos.
As vezes canta no campo aberto
Prende gado e chumaço de mio-mio
O arame prende tudo, só não prende
Seu sonho de liberdade
Alambrador... o canto do vento.
Lugar em que se nasce, de origem
Destino, sorte.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Apero de couro cru que prende-se ao buçal (pela cedeira ou fiador).