Bruno Neher
Toda hora, todo instante tem alguém dizendo aí
Ta mentindo quem disser que nunca deu um ai
E nesse ai, ai, ai a nossa vida vai
A dor ensina gemer e ensina dizer ai.
Ai, ai, ai, por costume ou cacoete todo da seu ai
Ai, ai, ai; ai, ai, ai; ai, ai, ai, carrapato não tem ai.
Todo mundo tem motivo, nem todo ai é de dor
Tem o ai que é suspirado, de quem sofre por amor
Também tem o ai gemido, de prazer e de ternura
Tem o ai de apavorado que até parece loucura.
O vovô e a vovó, a mamãe e o papai
Os padrinhos e os tios, os amigos dizem ai
Tanto ai que sai e vai, dar um ai é tão comum
Tem cada ai esquisito que até parece um pum.