De meu apenas um baio
Que me valia por muitos
Pois nele encurtei distâncias
Que já ficaram pra trás
(Minha pose domingueira
Se retratava no ruano
De cacho atado a meu modo
Com ares de capataz.) Bis
Montado, me parecia,
Ser dono das sesmarias
Onde meus olhos gaudérios
Varejavam sem fastio
(Quando eu bancava na rédea
Para matear em silêncio
Lembranças de outras pousadas
Me faziam desafio.) Bis
Algumas diziam coisas
Que eu mesmo quis esquecer
Outras ficavam caladas
Velando minha solidão
(Eu, sem querer, muitas vezes,
Bombeando a espuma do mate
Senti meus olhos pesados
Pingando ausências no chão...) Bis
Volteava meu baio ruano
Buerana como só ele
E recortava os caminhos
Que por capricho elegi
(E nessa marcha batida
Esqueço o último pealo
Por isso devo ao cavalo
Por ter chegado até aqui.) Bis