INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Parando Rodeio

João Luiz Corrêa

CD Campeirismo 2 (1999)

Vinha parando rodeio
Costeando a ponta do mato
De pingo alçado no freio
Lanhado a unha de gato
Chapéu meio desabado
De esvoaçar pelos atalhos
E o pala "véio" esfiapado
Soltando a franja nos galhos
Quando pego o sol dormindo
De riba dos meus arreio
O dia pôr caborteiro
Na paleta eu esporeio

Sou um campeiro do rio grande
Vivo entre a terra e o céu
Moro dentro do meu poncho
Debaixo do meu chapéu

Pois a casco de cavalo
Faço o tempo escorrer a tinta
Tirando o cepo do mato
A grito e a berro de trinta
O índio tem que ser rude
Para agüentar o tirão
E pôr mais que o tempo mude
Não muda a lida do peão
Nisso refuga o sinuelo
Um aspa torta sozinho
E o meu cusco companheiro
Sai pegando no focinho


Levo a ponta despacito
Pra cruzar o rio a nado
Que a tropa na correnteza
Forceja pra o outro lado
A tropa se vai bufando
Com o focinho de fora
E eu empurrando a culatra
Só de sombreio e espora
Quando pego o sol dormindo
De riba dos meus arreio
O dia pôr caborteiro
Na paleta eu esporeio

COMPARTILHE

PINGO

Afetivo de cavalo de estimação.

PALA

Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).

CAMPEIRO

Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.

CEPO

Pequena tora (preparada ou não), que serve de banco nos galpões-de-fogo.

ASPA

Chifre (guampa)

CUSCO

Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).

TROPA

Coletivo de militares e de bovinos.