Gilberto brocca/moisés oliveira
o mesmo pano do pala, trago na minha bombacha
meu sentimento se acha, botando a alma nos versos
quando meu galpão se arruma, alguma prosa descampa
tauras de pura estampa, apeiam rumos dispersos
entre manejos de tento, apuro alguma encomenda
mais troco orelha por cima, já campeando alguma rima
de quem o campo desvenda me adoça a boca “dos causo”
recaus pedindo por pêlo e a minha alma desgarra,
versos pedindo guitarra e o timbre destes campeiros.
e de quem vem “nos estribo”, me trazendo uma função
comunga neste galpão a gana pelo regresso
há de encontrar novamente, outros campeiros proseando
enquanto sigo trançando e botando a alma nos versos
o mesmo couro das cordas, tranço tambem nos aperos
agranda a marca do pelo o garbo das “minhas trança”
entre dobrar cotovelos, amargos encilham domas
vertem causos da querama e versos pedindo cancha
e me aguça o sentido, nos que tem olhos de campo
falquejando no papel, palavras que no plantel descrevem seus rumos certos
porque um pajador conheçe, na cara barbuda seu vicio
timbrando no sentimento um causo sempre a contento pra quem ve alma nos versos.