(Lincon Ramos e Lisandro Amaral)
O sol é um berro de touro no lombo do fim da tarde
É coronilha que arde no meu canto ainda ouvido
Pode escutar o gemido dessa gaita nos meus braços
Pois ela é tudo que abraço num amor por ter nascido
Nascido em São Luiz Gonzaga, feito tantos escutados
Fui no tempo do bailado alma aberta me conheço
Fui mudando de endereço mas raíz firme não muda
Gaiteiro que oferta ajuda tem valor mas não tem preço
Ouça minha gaita Rio Grande, sou daqui nao vim de fora
Por isso não vou embora, sou cantor e aqui me planto
O valor do pago é santo e o cantar é um lenitivo
E nele me sinto vivo, com permisso este é meu canto.
Quero-quero fez chamado e eu virei norte do pingo
Refiz a cor do domingo com prenda, rancho e querência
Replantar a própria essência é buscar nova guarida
Hoje o som da minha vida tem gratidão na existência
Por mais que eu ande no mundo no compasso coração
Há de saber meu rincão que tudo em mim é querência
Redomoneando a existência no valor da gaita antiga
Eu abro a alma pra vida, por missioneiro na essência.