Relíquia moldada em aço
Pelo milagre da forja
Trazendo em aguda forma
Mescla de vida e de morte
Pois o que resulta o corte
Pode ser bom ou ruim
Pode ser começo ou fim
Depende apenas da sorte
A tua têmpera é alma
Legada por quem te gera
E só sabe quem tempera
Qual o limite do fio
Pois faca é mesmo que rio
Tem um destino sem volta
E quando a foia se solta
Nem sabe por que partiu
Faca buena, fundo corte
Sangrando a dor das estradas
Quem sabe de vida e morte
Respeita o fio da prateada
{repete}
O teu romance é vivido
Entre uma chaira e uma pedra
Por isso que tu carregas
O risco da traição
Tudo depende da mão
Que te amadrinha o compaço
E às vezes mesmo que o laço
Trazes de volta o tirão
Mas tens o timbre da pampa
És o brazão do meu povo
E apesar do mundo novo
Segue sendo a nossa marca
Quem não tem idéia fraca
Sabe que em qualquer rincão
Não há amor sem coração
E nem gaúcho sem faca
Faca buena, fundo corte
Sangrando a dor das estradas
Quem sabe de vida e morte
Respeita o fio da prateada
{repete}
Apero em aço com cabo de madeira, osso ou chifre, que serve para amolar e assentar o fio de utensílios cortantes.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.