Velha gaita, num canto, esquecida... tão sentida, espera, calada,
pelo abraço de tempos distantes, muito antes de, ali, ser deixada;
já não tem mais o brilho de outrora, pois, agora, a poeira lhe encobre;
serve apenas de enfeite e lembrança, na esperança que alguém lhe desdobre.
Velha gaita, que chora calada, num canto, teu pranto é triste demais;
velha gaita, que triste esse teu abandono; teu dono não existe mais.
Velha gaita, quando eu te contemplo, eu relembro de um tempo tão lindo,
quando eu era feliz por inteiro e, faceiro, eu ficava te ouvindo;
também lembro de quem te abraçava e tocava pra gente escutar;
saudade deixa o peito ardendo, fazendo a gente chorar.
Velha gaita, que chora calada, num canto, teu pranto é triste demais;
velha gaita, que triste esse teu abandono; teu dono não existe mais.
Velha gaita, quem sabe, algum dia, eu podia, talvez, te abraçar,
e tentar reviver emoções nas canções que eu ouvi, quando piá;
eu bem sei que não tenho talento, mas, eu tento seguir cada passo;
de quem acabou te deixando e levando, de mim, um pedaço.
Velha gaita, que chora calada, num canto, teu pranto é triste demais;
velha gaita, que triste esse teu abandono; teu dono não existe mais.