INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Aprendizado

Pirisca Grecco

CD Vidro nos Olhos (2014)

Um poema não é algo
Que se apanha no ar
Como um pássaro
Que se cativa para o canto

Um poema não é algo
Que se apanha na terra
Como a flor
Que se colhe para o vaso

Um poema não é algo
Que se apanha nas águas
Como um peixe
Para a luz dos aquários

Não, o poema não se apanha
O poema desce na gente
Como um sopro do alto
Para transfigurar-se em música
E beleza na sesmaria branca do papel

Nasce como um filho
Das entranhas da mãe
Na hora certa da vida
Nem antes nem depois

Sempre na hora certa da vida
Que nunca é a hora certados que tentam buscá-los
No longe onde ruminam verdes e horizontes
Como estranhos animais de outras esferas

A hora do poema
Não é a hora da obediência
Não e nem mesmo
A hora dura dos poetas

O poema não atende a quem o chama
Como um cão ao assovio, ao nome
Porque existe sem ser, vem por suas asas
Como vem a liberdade, e vem os ventos

E aí se entrega
Como a bem amada
Flor para as mãos
De quem não tinha nada

Disseste que ao contrário dos humanos
Os veios não envelhecem nos seus trilhos
E obrigado por também me haveres dito
Que o pai é um rio que segue nos seus filhos

Por também me haveres dito
Que o pai é um rio que segue nos seus filhos
Adicionar à playlist
Tamanho
Cifra
Imprimir
Corrigir
Composição: Apparicio Silva Rillo · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada por Marco
Viu algum erro na letra? Envie sua correção.
Recomendar Twitter

COMPARTILHE