Humberto Gabbi Zanatta, Luiz Carlos Borges
As marcas do meu povo estão em mim
São chagas no meu corpo desterrado,
Meus pés estão sangrando nas estradas
Em busca do meu povo multilado.
Sou índio mas ainda não sou gente
O branco não respeita meus domínios
O futuro dessa raça que é meu povo
É sangue, é dor fatal, é extermínio....
A voz de Tiaraju
Ainda ressoa
Nos campos missioneiros
Com entono.
Bradando por meu povo
Perseguido
A terra é do índio
Que é seu dono.
Meu canto é um lamento dolorido
Por mim e pelo povo das Missões
Só quero a natureza – mãe que tenho
Dependo até das suas provisões
Procuro para o bem desse meu povo,
Espaço, liberdade e quero ter
As flores, o céu azul e as aguas claras
Pra raça em sangue e nome não morrer