Composição: Antonio A. Fagundes
Dentro da tarde gris
Se enrodilha infeliz
Um cachorro sem dono.
A chuva já passou
E o pampa que chorou
Espera o sol de outono.
Estendo o poncho azul
E olho para o sul
Perdoando os temporais.
A china que partiu
Me deixou tanto frio
Que eu não aguento mais...
Prá onde foi o verão?
Pergunto sempre em vão
E não sei responder.
O inverno que virá
Dirá do bixará
Que o amor não vai tecer...
O catre está vazio
Parece um desafio
Que eu não vou aceitar..
Invento um novo amor
Prá não morrer de dor
Na hora de cantar...
Por que a luz nasceu e o mundo se fez meu
Envolto em tons de anil?
As folhas pelo chão me dão a impressão
De um céu no sol de abril...
Empunho o meu violão e canto esta canção
Lembrando a quem partiu
Quando o inverno vier,
Um nome de mulher será maior que o frio...
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Cama rústica improvisada com o “maneador” passado entre dois varões que unem dois pares de pés em forma de “X”, sobre o que, coloca-se forros (pelegos).