Eu sinto um nó na garganta
um aperto no coração
toda vez que eu me lembro
que deixei o meu rincão
e a bela sirigaita
que por mim se apaixonou
porque ainda não sabia
que este coração não dou
este coração gaudério
tem que andar por onde eu vou
quando num baile a rigor
sepre da o que falar
e como quem não quer nada
aprumo o peito a cantar
uma modinha sentida
nas primas de um violão
com cantigas de saudade
dos tempos que la se vão
empinando canha pura
e sorvendo bom chimarrão
sempre com muito respeito
no meu jeito de trajar
meu chapéu de aba larga
minha blusa de cacha
assim sou de quem me presa
gosto de estar a vontade
chega amor e faz saída
que é pra não sentir saudade
este coração sem cancela
é de minha propiedade
e quando alguém me pergunta
se adianta sentir saudade
respondo no pé da letra
com muita sinceridade
a saudade é uma ciência
da nossa vida também
distancia multiplicada
pelo fator querer bem
adianta sentir saudade
infeliz de quem não tem.
colaboração: luiz b. brum.