(eu vou embora pra minha terra
eu vou agora subir a serra
fazer as coisas que sempre fiz
voltar pra lá e ser feliz)
vou ajeitar a minha velha bombacha
que está guardada desde que saí de lá
as minhas botas, o meu lenço e o chapéu de barbicacho
e bem faceiro me pilchar
quero sair bem cedinho a cavalo
voltear as vacas, tirar leite e fazer queijo
encher a alma de sereno e de ar puro
e rever os campos que à muito tempo eu não vejo
vou encerrar uns terneiros na mangueira
devagarito treinar uns tiros de laço
porque a vida na cidade me tirou este prazer
preciso treinar o meu braço
vou lá pro mato traçar fogo numas grimpas
para comer uma sapecada de pinhão
e beber toda a saudade que eu sentia
e tomar um porre de alegria e emoção