Sentei-me um dia junto ao tronco da figueira
Que faz a sombra no terreiro do ranchito
Pra contemplar a tarde linda que chegava
E a cor de anil no azul do infinito
Que coisas lindas sentir o cheiro do gado
E o descampado cheio de flores silvestres
Milhões de abelhas num revoado amorioso
E o verde lindo que a pampa serve de veste
Desceu a tarde, linda e mansa sobre os campos
E o pôr do sol foi chegando a despacito
A onda verde galopante dos trigais
Embelezando mais esse solo bendito
Então chegou a noite linda e estrelada
E na calada só pirilampos se via
Como estrelinhas rebrilhando em seus piscares
Que só se apagam ao raiar de um novo dia
Fiquei tão longe, tão distante de mim mesmo
A contemplar a natureza sem igual
Arranquei rimas e poemas deste peito
Aonde pulsa um coração xucro e bagual
Só peço a Deus em minhas súplicas ardentes
E a rima quente do meu verso com afago
Quando chegar a fria morte sem clemência
Não me deixe morrer longe do meu pago
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Selvagem.
Lugar em que se nasce, de origem