coisa esquisita, a gadaria toda
penando a dor do mango com o focinho n'água
o campo alagado nos obriga à reza
no ofício de quem leva pra enlutar as mágoas
o olhar triste do gado, atravessando o rio
a baba dos cansados afogando a volta
a manha de quem berra no capão do mato
e o brado de quem cerca repontando a tropa
agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
a enchente anda danada molestando o pasto
ao passo que descampa a pampa dos mirréis
e a bóia que se come, retrucando o tempo
aparta no rodeio a solidão local
pealando mal e mal o que a razão quiser
amada...
me deu saudade
me fala que a égua tá prenha,
que o porco tá gordo,
que o baio anda solto
e que toda cuscada lá em casa comeu...
coisa mais sem sorte esta peste medonha
curando os mais bichados, deu febre no gado
não fosse a chuvarada se metendo a besta
traria mil cabeças com a bênção do pago
dei falta da santinha limpando os peçuelos
e do terço de tentos, nas preces sinuelas
logo em seguidinha é semana santa
vou cego pra barranca, e só depois vou vê-la
agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
a enchente anda danada molestando o pasto
ao passo que descampa a pampa dos mirréis
e a bóia que se come, retrucando o tempo
aparta no rodeio a solidão local
pealando mal e mal o que a razão quiser
amada...
me deu saudade
me fala que a égua tá prenha,
que o porco tá gordo,
que o baio anda solto
e que toda cuscada lá em casa comeu...
amada...