Num rancho tosco sofreno o mouro e apeio
Pelo floreio da cordeona que me chama
Pra gastar bota e amarrotar algum vestido
Num chão batido onde a alegria se esparrama
Meto na goela uma canha sem misturagem
Que dá coragem e deixa o pé bem assanhado
Estufo o peito e já chego me entreverando
Arrebanhando um chinaredo pr'um bailado
Sou surungueiro, diplomado na vaneira
Não tem tranqueira que me impeça de dançar
Pouco me importa se o dia vem clareando
Sigo dançando e deixa o galo se esgoelar
Da lida bruta não tenho muita destreza
Mas, com certeza, pra dançar eu sou ligeiro
Pois aqui fora não tenho muita alegria
No dia a dia desta vida de campeiro
Por isso quando lá na rádio é que tem festa
Mais nada presta, eu agarro nojo da lida
Eu até gosto de doutrinar algum matungo'
Mas o surungo é a melhor coisa dessa vida
Sou surungueiro, diplomado na vaneira...
(Dionísio Costa/Parentte/Juleandro Fontana)
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Baile de baixa categoria.