(Leonir)
Fui dançar num risca-faca lá pras bandas da fronteira
Tava tudo entreverado no embalo da vaneira
De repente, um boca-braba com cara de bagaceira
Encheu o rabo de trago e começou gritar besteira
Chamava as moças pra sala e apertava como ninguém
Me olhou de atravessado e eu gritei pro desgraçado
Te arremanga, mas não vem
Numa peleia dou-lhe pau como ninguém
E grito pros boca-braba', te arremanga, mas não vem
E o risca-faca estufado, não cabia mais ninguém
E o boca-braba gritando, tô de dono desse trem
Agarrando a muierada, chamando elas de meu bem
E gritava, não dá nada, hoje eu vou fazer neném
Já olhou pro segurança e disse, não vem que não tem
Me olhava me prometendo e eu pra ele fui dizendo
Te arremanga, mas não vem
Numa peleia dou-lhe pau como ninguém
E grito pros boca-braba', te arremanga, mas não vem
Bem no fim da madrugada o gaiteiro foi gritando
Aproveite a saideira que o baile tá terminando
E o boca-braba já tava lá na porta me esperando
No meio do entrevero não dei chance pro malandro
Chamei ele na porrada e ele fez um vai e vem
Já saiu logo bufando e eu atrás dele, gritando
Te arremanga, mas não vem
Numa peleia dou-lhe pau como ninguém
E grito pros boca-braba', te arremanga, mas não vem