Letra: Beto Jordani
Os anos são mais pesados
E a trouxa de roupas sujas
Devia de lavar os panos dos outros
Ganhava a vida e uma lambujas
Pelos carreiros, andando vergada
De tanto fazer os serviços brutos
Uma galharia que está dobrada
Aguentando peso dos seus próprios frutos
O sabão de pedra que foi feito em casa
Com muito carinho, ela mesma fez
Leva na receita um quilo de soda
E três quilo´ e meio do sebo do rês
A roupa fica aquentando
No quarador da pedreira
O encardido vai branqueando
Como a alma da lavadeira
Desde menina lavou roupa
Naquela sanga dos fundos
Seu desejo era lavar
Toda a sujeira do mundo
Seu desejo era lavar
Toda a sujeira do mundo
Polindo o tempo das tuas lajes
Cobriu as pedras c´o verde véu
Pelos carreiros, ficou a saudade
Sem se despedir, se foi pro céu
Prum acolchoado, tá lavando velos
Que vai desfiando em finas penugens
Olho pro céu nesses dias belos
Ela tá secando um varal de nuvens
A roupa fica aquentando
No quarador da pedreira
O encardido vai branqueando
Como a alma da lavadeira
Desde menina lavou roupa
Naquela sanga dos fundos
Seu desejo era lavar
Toda a sujeira do mundo
Seu desejo era lavar
Toda a sujeira do mundo
Seu desejo era lavar
Toda a sujeira do mundo
Pequeno córrego, bossoroca.