Quando assovia meu laço
esparramando rodilha
argola, ilhapa e presilha
vão conversando no espaço...
seguindo o mesmo compasso
tenteio buscando uns toco,
e não se tira pra louco
quem tem confiança no braço!
ali na toca dos olhos
meu doze braçasse acampa
fazendo ninho nas guampas
sem dar tirão no novilho...
herança de pai pra filho
de meter corda por gosto
e defender o meu posto
sobre as cruz de um doradilho
sou capataz hace tiempos
da estância da goiabeira
cá no garrão da fronteira
onde o mais taura é quem berra...
o laço é arma de guerra
quando alguém refuga o curso
vai no endereço dos pulso
e é boi bolcado na terra
sempre que encilho o cavalo
seja pra serviço ou festa
tapeio um chapéu na testa
e ato o mangueira´ nos tentos...
de a favor ou contra o vento
na cancha ou no campo aberto
sai da mão num tiro certo
- depois que meto... sustento!.
quatro ramais bem tramados
com capricho e devoção
tentos sacados a mão
pelo seu santo machado...
pra os rodeios, um chumbado
lageano, trança de seis
que de uma china ganhei
no dia em que eu fui pealado!
passo um fígado de vaca
para conservar a armadura
e assim mantenho a figura
de laçador que incomoda...
desse jeito a minha moda
e as bendiçãode campeiro
levo meu pago fronteiro
pra diante, metendo corda.