Por pachola ato a cola do lobuno
Saio sem rumo a dominguear nos corredores
Baralho e tava, neste dia, são meu mundo
E eu vou lamber o sol no poncho dos amores
Lá onde o bem-te-vi solta o seu canto
Vou colher beijos das morenas que são belas
Pois não há nada que se iguale a uma gaúcha
Quando a beleza se debruça sobre ela
Por isso esse peão vai
A meia rédea pra não ter desilusão
Todo cuidado é muito pouco com as morochas
Pra que não fique enredado o coração
Na ressolana da manhã iluminada
Bota engraxada e o rebrilho das esporas
De contra o vento meu chapéu de aba tapeada
Abre caminhos pros meus sonhos campo a fora
E quando escuto algum floreio de cordeona
Minh'alma voa pra chegar antes de mim
Ajeito o lenço e com a fachada de estancieiro
Entro no baile pra dançar até o fim
Pra que não fique enredado o coração
Pra que não fique enredado o coração
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Lugar protegido e abrigado do vento, que se toma sol no inverno (bom para lagartear).