(velho milongueiro)
o vento passou lá em casa
feito vassoura varrendo o chão
varreu minha esperança
varreu meu sonho, minha ilusão
até minha inspiração
ele foi varrendo sem piedade
só não varreu a saudade
que está morando em meu coração
vento minuano que canta e chora e assovia
a´ minhas noites tem sido frias
ninguém aquece meu coração
vento minuano, faça o favor, seja meu amigo
traga meu bem pra ficar comigo
que eu não suporto esta solidão
o vento passou rasteiro
e foi varrendo grama e capim
varreu todo o meu terreiro
e todos canteiros do meu jardim
até o retrato dela
ele varreu de cima da mesa
só não varreu a tristeza
que está morando dentro de mim
vento minuano que canta e chora e assovia...
o vento passou lá em casa
e foi varrendo o que viu na frente
varreu galpão e garagem
varreu folhagem, varreu semente
até a história da gente
tentou varrer sem necessidade
mas não varreu a vontade
de ter meu bem aqui novamente
vento minuano que canta e chora e assovia...