Amigo Érbio Munhoz
Meu chasque não tem floreios
Eu uso bombacha larga
E um chapéu de metro e meio
Botas de garrão de potro
Laço, pealo e gineteio
E me sustento pachola
Da serventia do arreio
Por voltas que a vida faz
Para açoitar um cristão
Ando cortado dos trocos
Freio e pelego na mão
Sem um cavalo de lei
Pra visitar meu rincão
O nosso Caiboaté Grande
Que trago no coração
(A Tia Maria me disse
Que tua tropilha é de lei
E o José Rodrigues Ramos
Confirmou quando eu pensei
Em te pedir um cavalo
Nesses versos que criei
Pra cantar em São Gabriel
Querência que sempre amei)
Entrega pro Tio Adir
Lá na Costa do Lageado
E diz pra Enilda e Sivinha
Que eu chegarei afogado
Num borrachão de saudade
Do tamanho do meu pago
E a Negra Juci me espere
Com um chimarrão bem cevado
Don Érbio guarde consigo
Que um dia arranco do peito
E pago esta obrigação
Que me deixa satisfeito
O pêlo é da tua conta
Baio, rosilho, eu aceito
Que o velho Moacir Cabral
Me fez assim por direito
(A Tia Maria me disse
Que tua tropilha é de lei
E o José Rodrigues Ramos
Confirmou quando eu pensei
Em te pedir um cavalo
Nesses versos que criei
Pra cantar em São Gabriel
Querência que sempre amei)
Carta ou bilhete.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Ato de arremessar o laço (ou sovéu) e por meio dele prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo. Existem muitos tipos de PEALO, entre os quais:
Coletivo de cavalos.
Lugar em que se nasce, de origem
Pelagem (cor dos pêlos) de animais.