Nascido e criado lá meu rio grande
Não tem quem me mande eu sou meu patrão
Encilho meu pingo quando amanhece
E quando anoitece estou noutro rincão
Chego numa festa de chapéu tapeado
Não sou mal criado trato com respeito
Eu toco violão e sou bom cantador
Ser namorador é meu maior defeito
Gosto de carreira e de briga de galo
Tenho um bom cavalo para condução
Por onde eu passo eu namoro um pouco
Mas eu não sou louco prender o coração
As moças perguntam porque não me caso
Eu não me atraso pra dar a resposta
Eu sou muito novo e se eu me casar
Irei carregar uma mulher nas costas
As velhas implicam por que não me amarro
Só ponho no barro algum namoradinho
Conheço as morenas, das loiras eu entendo
Mas não me arrependo de viver sozinho
Em porta de baile eu arrasto as esporas
Briga sem demora, logo me aparece
Puxo meu facão e no meio da sala
Eu encho de bala quem não me obedece
A vida é tão curta por isso aproveito
Vivo desse jeito até quando eu quiser
Quero aproveitar a vida de solteiro
Gasto meu dinheiro e não quero mulher
Se eu me casar eu perco a liberdade
Vou sentir saudade das noites de farra
Mas quando eu cansar de viver na orgia
Aí qualquer dia uma moça me agarra
Afetivo de cavalo de estimação.
Tem dois sentidos: andadura veloz dos eguariços e também pode ser competição de animais montados por jóqueis.