Teixeirinha fala:
Vai funcionar o meu laço de amor
i
Guardei o laço faz muito
Que eu pealava china bonita
Porque a última que eu pealei
Lá no meu rancho era a favorita
Mas esses dias ela me foi falsa
Quem sabe dela agora é o povo
Pra me vingar agarrei meu laço
Já está prontinho pra laçar de novo
Teixeirinha fala:
Esse laço caprichoso está sempre prontinho
Sempre em prontidão para laçar alguma prenda bonita
ii
Já estou de olho noutra gauchinha
Mas proibiram de falar comigo
Eu gosto dela ela gosta de mim
Agarro as armas e vou enfrentar o perigo
Deu bem no chão como eu queria
Sempre gostei do amor contrariado
Cinco irmãos e o velho contra mim
Mas assim mesmo não to assustado
Teixeirinha fala:
Pode vir mais uns cinco ou seis
Que eu não me assusto companheiro
Eu levo a china de qualquer meio jeito
iii
No dia cinco vai ter uma festa
Vai todos eles porque são peitudo
Levo meu laço e aparto a china
Bato o facão com os parentes e tudo
Eu sei que ganho pois tenho coragem
Meu santo é forte e tem peito de aço
Trago esta dona para o meu ranchinho
E novamente guardarei meu laço
Teixeirinha fala:
Vou guardar este meu laço até outro dia
Se esta china for embora volta o laço novamente a funcionar.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.