"O pago todo se agranda
Quando um matungo se atora,
Riscando a lonca do baio
Na roseta das esporas,
Cantiga de basto e mango
Pelo varzedo se vai,
Levando a doma campeira
Na força de um sapucái."
Atei bem curto contra o palanque
Disserto é tempo de se amansar
Meu baio cocho do toso gacho
Lombo que é um faxo de "veiaquiá"
Por qualquer coisa já se aporreia,
murcha as "oreia" e "repuna" o basto
rasga os baixeiro perde o sossego
até os pelego arrasta no pasto
"Vamu" meu baio
Cortando atalho pra chegar cedo
Riscando o pasto ringindo basto
E seguindo o rastro do chinaredo
Quando amanhece pedindo laço
Sai num trancaço mais me carrega
E quando pensa que me despacha
Rechego as taxa e o mango pega
Mas tu te amansa pêlo de raio
"Oigalê" baio pata pelada
Anda brasino tudo lanhado
E eu estropiado dessa empreitada
Refrão
Com este baio seco dos "quexo"
Eu passei uns "trecho" ruim de contar
E foram poucos que em campo aberto
Chegaram perto pra amadrinhar
Cavalo quebra que não tem jeito
Perdeu o respeito pelo bocal
Se vai ao campo de lombo inchado
E paga os pecado levando pau.
Lugar em que se nasce, de origem
Cavalo de pouca qualidade.
Couro (pele) de eguariço.
Peça circular (dentada ou pontiaguda) da espora.
Tipo de arreio.
Adestramento.
Xergão (1º apero que se coloca no lombo puro do animal).
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Espécie de açoite.
Pelagem (cor dos pêlos) de animais.