Me dá licença patrão
Que estou chegando agora -
Viajei setenta léguas
Por esse rincão a fora
Trago meu cavalo baio
Todo cortando de espora
E um coração de gaúcho
Pinoteando campo a fora.
É que na doma da vida
Eu fui pegado de jeito -
Pelo olhar de uma china
Que sonho quando me deito
Fiz promessa, tomei trago,
Nada disso teve efeito -
E hoje trago a saudade
Corcoveado no meu peito.
Patrão, não me diga não
Não destrua uma ilusão -
Esta prenda é mais bonita
Que existe neste rincão;
Eu sei que ela é sua filha
Mais é meu seu coração!
Passei a vida domando
Pra ganhar algum trocado
Só lidava com cavalo
Deixando as prendas de lado
Ao conhecer sua filha
Fiquei logo apaixonado
Meu coração deu mais pulo
Do que cupincho atolado.
Já comprei vaca de leite
Chegadinha pra dar cria
E um touro sobre ano
Que veio de Vacaria;
Um rancho de pau a pique
Dez quadras de sesmarias
E dois cavalos crioulos
Que é pra nossa montaria.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Adestramento.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.